Este foi mais um dos casos no arranque desta época desportiva.
Todos sabemos que reina a crise em quase todas as áreas de actividade e o futebol não é excepção.
O futebol profissional em Portugal, além da sua auto sustentabilidade, tem que financiar o chamado futebol amador (IIªB div, III div, distritais etc.), através de uma verba superior a um milhão de euros por ano(acordo FPF/LPFP). O estado demite-se pura e simplesmente de financiar a própria formação, excepção feita às autarquias locais. O estado equipara os clubes às empresas para cobrar impostos (e bem), mas não lhe reconhece o direito, por exemplo, de se candidatar aos fundos comunitários para a formação profissional dos seus colaboradores.
O futebol tem que gerar receitas próprias e a publicidade é uma das componentes mais importantes.
A liga, depois de terminar vários anos de contrato com a Galpenergia, teve que recorrer ao mercado para arranjar novo parceiro e conseguiu: BetandWin.
É evidente que esta parceria ataca fortemente interesses instalados, no entanto, existe aqui bastante hipocrisia:
1-A Santa Casa da Misericórdia (de Lisboa) durante muitos anos utilizou o futebol para o seu financiamento, através do totobola, recebendo os clubes uma fatia das receitas.
2-A Santa Casa da Misericórdia (de Lisboa) criou as raspadinhas, ficou com toda a receita, não dando qualquer explicação ao futebol e as receitas do totobola caíam.
3-A Santa Casa da Misericórdia (de Lisboa) criou o totoloto, ficou com toda a receita, não dando qualquer explicação ao futebol e as receitas do totobola caíam.
4-A Santa Casa da Misericórdia (de Lisboa) criou o totomilhões, ficou com toda a receita, não dando qualquer explicação ao futebol e as receitas do totobola caíam.
A Santa Casa da Misericórdia (de Lisboa) usou o futebol e promoveu o totobola apenas enquanto precisou dele, agora está preocupada com uma empresa Austríaca que opera no mercado comunitário e que utiliza o futebol para se promover, financiando assim a formação e o futebol amador.
É verdade que todos gostaríamos que isto não acontecesse, mas foi a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, repito: de Lisboa, porque as outras Santas Casas do resto do país nada beneficiam com as receitas do jogo, que criou esta situação.
Como diria um amigo meu: Se existem problemas com a betadine utilizem eosina ou “mercuri-ó-cromo”.
Alberto Roque
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5 comentários:
Caro Eng. Roque,
Entendo perfeitamente a necessidade da LPFP recorrer a patrocínios externos. É legítimo e a questão mais polémica prende-se, na minha opinião, com a designação do campeonato. Já o conheci como "Campeonato da 1ªDivisão", "1ª Liga", "Superliga" e agora "Liga Betandwin". Para mim, a designação "Campeonato da 1ª Divisão" continua a fazer todo o sentido. Pode não ser um nome muito atractivo mas para ser "1ª Liga", tinha mesmo que ser uma liga de "primeira"... e não o é. De "super" também pouco ou nada tem... Por isso, ficamos com o Betandwin que também poderá ser um "Betandlose"... A ver vamos!
O que eu não vejo é a LPFP investir o dinheiro que recebe através de pesadas e algumas descabidas multas, tanto aos clubes como aos agentes desportivos, ser investido no próprio futebol.
Se eu estiver enganado, esclareça-me.
Um abraço.
Tenho as minhas duvidas que as restantes outras Santas Casas não benefeciem dos prémios dos jogos.
De qualquer moral ou imoral, acho que nenhum jogo de azar deveria ser publicitado.
É de homens como este que o futebol precisa. Que falem alto, que chamem os "bois" pelos nomes. A. roque já deu proves e mais provas de que é um dirigente e "peras". Esteve na Direcção do Beira-Mar 7,8,9 10 (?)anos, como presidente-adjunto e todo o mundo o ouviu bater com os punhos na mesa, nomeadamente em relação ao diferendo com a EMA, empresa do estádio de Aveiro. Teve na direcção de Liga de Clubes e foi o que se sabe. Falou, falou, denunciou denunciou.
Ah! espero que o adminustrador do blog, a exemplo do que vem fazendo, não retire este comentário. Tou identificado, não usei termos grosseiros e não faltei ao respeito a ninguém. Digo eu, mas quem sou eu para comentar o que escervem estes "mostros" da comunicação, da oralidade, da verticalidade e da coragem para falarem grosso e feio? Se calhar vou ser outra vez censurado. No entretanto, pode ser que alguém me leia
Caro João Alberto: estou certo que nunca nenhum post feito por alguem que o assine tenha sido apagado. O seu prova que aprendeu as rgras, simples, e que foram enuncidas logo desde o dia de abertura deste espaço. E enumerou mouito bem. Bem vindo e bons posts.
Amigo Nuno,
O valor das multas é aquele que os clubes fixam e faz parte da receita global da liga para a organização das provas e financiar a formação de forma indirecta através da FPF. Quanto maior forem estas receitas menor é a cotização dos clubes(o ano passado cada clube pagava 7.500,00 euros mensais). Ainda quanto aos patrocinadores, os três grandes nada dizem sobre o acordo com a betandwin, a esses clubes pouco lhe afecta o orçamento, mas para os clubes de pequena dimensão é tão mais significativo quanto mais baixo for o orçamento:Já reparaste que uma empresa publica financia fortemente os três grandes e ninguem diz nada (PT)?
Á Helena Thadeu quero confirmar que as receitas dos jogos promovidos pela Santa Casa apenas são para a instituição de LISBOA. A justificação não a sei dar, mas acho que é ridiculo.
Quanto ao comentário do João Alberto Seromenho, que embora não conheça mas do qual reconheço a prosa, digo-lhe que as minhas intervenções na liga estão em acta e quanto aos murros na mesa, não foi preciso ser eu a dar porque o então presidente do clube assumiu-o e garanto-lhe com resultados, embora não os totalmente desejados mas suficientes para salvaguardar os interesses do SCBeiraMar.
Saudações amigas.
A Roque
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