7.09.2005

Aviso à Navegação # 7 - As contas do Beira-Mar na época 2004/2005

O balanço efectuado pelo Eng.º Mano Nunes ao desenrolar da época desportiva de 2004/2005 já foi efectuado, e as responsabilidades assumidas. Só as pessoas que honram a palavra dada merecem a nossa consideração, e o Eng.º Mano Nunes honrou-a!
Crucificaram-no por uma época desportiva má, não reconheceram o trabalho desenvolvido ao longo de dez anos, e ostracizaram alguém que fez mais pelo Beira-Mar sozinho, do que todos os que apregoam a sete ventos o seu beiramarismo de nascença.
Passado o desabafo, e não sendo a vida de um clube desportivo só resultados desportivos, centremo-nos na análise aos resultados económico-financeiros da época de 2004/2005 do SCBM, cujo fecho já foi efectuado, estando pendente do parecer do Revisor Oficial de Contas. Oportunamente será o Relatório e Contas entregue à Direcção do SCBM, para os procedimentos legais necessários.
Estruturámos a análise em três blocos principais, a análise do Resultado Líquido, das disponibilidades e dívidas de terceiros e das dívidas a terceiros. Passemos à análise:
1. RESULTADO DA ÉPOCA 2004/2005
PROVEITOS
5.428.579 €
CUSTOS
5.190.565 €
R. LIQUÍDO
+ 238.014 €

2. DISPONIBILIDADES E DIVIDAS DE TERCEIROS
CHEQUES PRÉ-DATADOS
113.800 €
DEPÓSITOS A PRAZO
153.217 €
EMA, EM
541.328 €
CÃMARA M. AVEIRO
80.000 €
BOAVISTA, SAD
110.000 €
DEVEDORES DIVERSOS
147 730 €
Total
1.146.075 €

3. DIVIDAS A TERCEIROS
DÍVIDAS FORNECEDORES
232.886 €
IMPOSTOS A PAGAR
458.375 €
Total
691.261 €

A situação evidenciada permite concluir pela excelência da gestão económico-financeira do SCBM na época de 2004/2005, completando-se mais um exercício económico com resultado positivo, o que torna o SCBM como um caso impar no panorama desportivo nacional, com seis anos consecutivos de lucro!
Á nova Direcção do SCBM expresso os votos de realização de um excelente trabalho na gestão do clube nos próximos três anos, na continuação do desenvolvido por anteriores direcções, entregando-o aos vindouros sem dívidas e com exercícios económicos positivos.
João de Sousa

7.07.2005

Ventos de S. Roque # 4 - Arbitragem


Sorteio justifica-se

Por princípio, sou favorável às nomeações, no entanto, actualmente, o sorteio dos árbitros justifica-se.
Exige-se a quem nomeia, rigor, credibilidade e competência. Foi com base nestes critérios que a actual comissão de arbitragem foi escolhida e eleita. Esta comissão composta por três elementos está actualmente reduzida a dois pela auto-suspensão de um deles, resultante das investigações em curso na arbitragem.
Embora, muitos agentes desportivos entendam que a arbitragem deveria sair do âmbito da Liga, tal não é possível, já que só através de alteração legislativa da Assembleia da República é possível modificar a Lei de Bases do Sistema Desportivo, que actualmente remete para a Liga Portuguesa de Futebol Profissional a gestão da arbitragem do Futebol Profissional.

Considerando que:

a) Os agentes desportivos não reconhecem rigor, credibilidade e competência à actual comissão de arbitragem
b) Esta comissão funciona actualmente só com dois elementos
c) Esta comissão não admite demitir-se de forma a ser substituída
d) Mesmo demitindo-se a actual direcção da liga ou o seu presidente, a comissão de arbitragem manter-se-ia, já que todos os órgãos da liga são eleitos em listas separadas.

Conclui-se que não existe outra alternativa, ou seja, o critério cego do sorteio dos árbitros.
Foi esta a proposta que defendi enquanto representante do Sport Clube Beira Mar na direcção da LPFP.

Alberto Roque

Aviso à navegação # 6 - A EMA e as contas da discórdia

Nas aulas aos alunos do 1º ano do Instituto Superior de Contabilidade e Administração da Universidade de Aveiro, ensino um princípio fundamental para o tratamento da informação financeira das empresas. Tal princípio designado de princípio da especialização dos exercícios, obriga a que “custos e os proveitos das empresas devem ser reconhecidos no período a que dizem respeito, independentemente de ter ocorrido ou não o seu pagamento ou recebimento”.
Este é um princípio inquestionável no tratamento da informação financeira, mas a Administração da EMA não o seguiu e com isso sofreu a penalização de ver a Certificação Legal de Contas emitida pelo Revisor Oficial de Contas, sujeita a uma reserva devidamente quantificada.
Para o comum dos leitores esta é uma matéria árida e sem interesse, mas ver as contas de uma Empresa Municipal objecto de contabilidade criativa, certamente despertar-lhe-á o interesse de serem esclarecidos. Vejamos pois:
O exercício económico da EMA decorreu de 1 de Janeiro a 31 de Dezembro de 2004, e nesse período a empresa reconheceu um conjunto de proveitos e custos devidamente quantificados e relevados, e que aparecem evidenciados no Relatório e Contas apresentado. Da sua leitura e à primeira vista nada de incorrecto se evidencia, contudo a reserva às contas emitida pelo Revisor Oficial de Contas contraria essa ideia.
Ao não cumprir deliberadamente com princípio da especialização dos exercícios, a EMA reconheceu como proveitos no exercício de 2004 a quantia de 259.627 €, referente à utilização de camarotes e tribunas que só iriam ser utilizadas nos jogos a efectuar em 2005 pelo B.Mar para conclusão da época de 2004/2005.
Esta simples divergência na forma de tratamento da informação financeira, transformou um resultado que deveria ser positivo em 38.746,85 €, num resultado igualmente positivo de 298.373,85 €.
É um problema de “estética” contabilística, pois seria muito mau que mesmo no ano do EURO a EMA não desse um resultado positivo significativo !
A transparência e a clareza devem ser características da informação empresarial e alicerces da sua sustentabilidade. Com criatividade contabilística não vamos lá !
João de Sousa

7.06.2005

Um Presidente de Câmara mentiroso ou mal informado?!!

No Diário de Aveiro de 6 de Julho passado aparecem transcritas as seguintes palavras do Presidente da Câmara Municipal de Aveiro “A EMA entregou ao Beira Mar 498 mil euros e, como a verba acordada era de 500 mil euros pela exploração dos camarotes, não cumpriu por dois mil euros”.

O Dr. Alberto Souto anda a perder faculdades, nomeadamente esqueceu-se:

· Que assinou um Protocolo com o Beira Mar em 9 de Setembro de 2003;
· Que que nesse Protocolo a EMA se comprometia a pagar ao Beira Mar a verba anual de 500.000 € acrescida de IVA;
· Que desde 9 de Setembro de 2003 e até 30 de Junho de 2005, decorreram 22 meses;
· Que a EMA assumiu responsabilidade de pagar 1.090.833,33 €;
· Que só pagou 541.505,21 €.

Lá porque as Autárquicas se aproximam, assuma o Sr. Presidente de Câmara os seus compromissos e não minta em relação a assuntos tão claros e transparentes.

Fica-lhe mal !

João de Sousa
(na qualidade de ex-vice-presidente para a àrea administrativa-finaceira do Sport Clube Beira-Mar)

7.05.2005

Aviso à Navegação # 5 - Um pouco de história...

Damião de Gois, cronista português do século XVI, descreve com mestria a ostentatória embaixada enviada por D. Manuel I ao Papa Leão X, em 1514, chefiada por Tristão da Cunha, e que deixou boquiaberta a capital da cristandade perante a grandeza esplendorosa de tal séquito. Entre os sumptuosos e exóticos presentes, desfilaram pelas ruas de Roma as primícias da navegação da Índia: imponentes cavalos persas, carregados de riquezas; feras amansadas; homens orientais com vestes ornadas a ouro e pedras preciosas; e até um elefante branco que, carregando o rico cofre pontifical, borrifou os espectadores e o próprio Papa com água perfumada! Impressionado e reconhecido por tão sumptuosa oferta, Giovanni de Medicis reafirma a Portugal o monopólio de África e do Oriente, entre outros relevantes privilégios políticos e espirituais.

Desculpem-me este devaneio histórico, mas relacionei este episódio da nossa história, com a visita que a nova Direcção do SCBM, mesmo antes de tomar posse, fez ao “Papa” do Norte, numa posição de subserviência parola e despropositada. Assumiram uma postura de D. Egas Moniz perante o Rei de Leão, mas não honraram os seus princípios.

Saberá a nova Direcção do SCBM, que o clube é um dos líderes da associação dos pequenos e médios clubes ? E será que tem alguma estratégia em relação à independência dos pequenos e médios clubes ?

Pela imagem, antes de tomar posse já estavam de cócoras !

Uma constatação: - São “novos”, não pensam !

João de Sousa

7.04.2005

Aviso à Navegação # 4 - E mais Ema ainda....

Na página da EMA na internet, em http://www.ema.pt/, aparece divulgado o seguinte texto: “O Estádio Municipal de Aveiro iniciou a sua construção em Junho de 2001. Pouco mais de dois anos foi o tempo que demorou a realizar, tendo custado perto de 62 milhões de euros. O Estádio ocupa uma área de 32 hectares e integra ainda um terminal de autocarros, uma praça com 24.000 mq., uma alameda pedonal e estacionamentos para mais de 3.000 ligeiros e 70 autocarros. A quantidade de terra movimentada neste espaço foi de 1,5 milhões de metros cúbicos...”.

De uma forma explicita e sem rodeios pretende-se demonstrar o gigantismo da obra, mas o que mais salta à vista é o seu custo escandalosamente elevado.

A vivência do SCBM no novo Estádio Municipal nos últimos meses, veio demonstrar que o projectista da obra e o seu dono – a EMA - tiveram a preocupação única de construir um equipamento para realizar unicamente dois jogos do EURO. Poderão dizer que esta afirmação é injusta, mas os factos suportam a minha afirmação:

Como é possível despender 62 milhões de erros na construção de um equipamento tão grandioso, e não salvaguardar situações essenciais para o funcionamento naquele de um clube residente, como:

1) A construção de campos de treinos e balneários, nos terrenos adjacentes;
2) A construção de um pavilhão gimnodesportivo na parte inferior de uma das bancadas;
3) A construção de uma Academia de Formação para o futebol juvenil que possa ser utilizada, pois a existente não dispõe das condições para a sua legalização como tal (falta de iluminação exterior e “pé direito” insuficiente).

Já para não falar de equipamentos de custo reduzido, mas essenciais ao funcionamento no local de uma equipa de futebol profissional, como as tinas de hidromassagem e os jacuzzi, feitos à posteriori e não incluídos no custo da obra.

É pois perceptível que ao custo de 62 milhões de euros, é necessário acrescentar mais umas centenas de milhar de euros, que seriam evitados se os pressupostos do projecto fossem inicialmente devidamente articulados.

O novo Estádio Municipal de Aveiro nasceu torto, e não é com restaurantes, festas de passagem de ano, festas de carnaval, exposições, eventos culturais, casamentos ou outras iniciativas similares que o “elefante branco” se rentabiliza.

Haverá alguma estratégia pensada? Ou o passado e o presente são a evidência da sua inexistência?

O SCBM esteve e deverá estar disponível para ser parceiro na implementação da estratégia, mas com interlocutores com quem se possa discutir!

João de Sousa