6.12.2006

As Rajadas do Mano - Quem ri no fim... ri melhor!!







Pensei nunca mais escrever ou comentar, a não ser no local próprio (Assembleia Geral) a política ou estratégia desportiva ou económica, seguida por esta Direcção, no nosso clube, que não tenho dúvidas em afirmar, que é a pior que conheci, pelo menos nos últimos trinta anos.

Mas, ao ler o Diário de Aveiro de 9/6, fiquei perplexo, ao constatar uma alusão à antiga Direcção da qual eu era líder, feita por um Vice Presidente, que de forma leviana, tenta justificar os chorrilhos de asneiras e actos de má gestão, cometidos por esta Direcção, sendo ele e o Presidente, mas mais ele o principal responsável, pelo despesismo e aventureirismo, próprios dos pára-quedistas que aparecem no futebol, para se mostrarem e que normalmente «arrotam milhões» e que na gíria futebolística são denominados «Patos Bravos».

Será que este senhor ainda não sabe, que em oito anos em que liderei o clube, tive seis anos consecutivos com resultados positivos e num destes anos, subimos de divisão? Não me admira, porque para ele o futebol e, principalmente o Beira-Mar, chegaram há muito pouco tempo à sua vida.

Fala nos jogadores que a antiga direcção deixou, como se estes tivessem sido a desgraça económica do Clube, quando toda a gente sabe que se não fossem estes, não teria sido com os jogadores contratados e comprados que o nosso Beira subia.

Apesar de nesta época ter sido extremamente fácil subir devido aos problemas financeiros, que grande parte dos nossos adversários enfrentaram. Olhe-se para o exemplo do Aves, que com um orçamento de um milhão de euros subiu.

Eu com as pessoas que me rodeavam, teríamos feito o mesmo que este clube, se não tivessem aparecido tantos voluntários. Porque para alcançar este objectivo só era preciso saber de futebol e ter amigos neste mundo.

Para esclarecimento dos Aveirenses e em particular dos Beiramarenses vou enumerar algumas aventuras cometidas pelos «sete magníficos ou sete suicidas», como se apelidam, que provam que foram mais suicidas do Clube do que deles próprios a não ser que assumam ou os sócios os façam assumir pessoalmente por este descalabro financeiro, que a breve prazo nos pode levar à falência.

---Nunca o Beira-Mar, teve um débito à Banca ou a particulares, num valor de 3 milhões de euros.

---Nunca o nosso Clube inscreveu 37 jogadores, numa só época desportiva, nem foi interposto de mais uns 20 como na época passada. Tudo isto custou uns milhares largos de euros.

---Nunca o Beira-Mar, gastou em 10 anos da minha gestão, em aquisição de jogadores, como esta Direcção o fez nesta só época que com todos gastos inerentes deve ultrapassar os 750 mil euros. Devolvendo alguns á procedência, pagando parte dos ordenados ou indemnizando-os.

---Nunca o nosso Clube gastou 650 mil euros em prémios de subida, atingindo no máximo, um terço desta verba.

---Felizmente, subimos á Liga. Mas quanto nos custou? O futuro do Clube?!

Espero e desejo que não se atinja a falência. Mas além da crise financeira, temos uma crise directiva que vai eclodir no momento oportuno, porque agora outros valores mais altos se levantam (negócios e negociatas), o Presidente diz que vai demitir um Vice-Presidente e este diz que vai fazer cair a Direcção.

Julgo que a Direcção vai ficar sem quórum e vamos ter novas eleições.

Como se sabe um Vice-Presidente demitiu-se, porque os «homens do diálogo», acharam que o antigo Presidente tinha razão e fizeram pior do que este apelidando os Políticos da nossa Terra, da esquerda á direita de incompetentes e outros mimos, que qualquer pessoa de bem que estivesse nos dois lados, só poderia tomar esta posição.

Vou ficar a aguardar pela posição de um sujeito que gosta de ter o rabo em mais que uma cadeira.

O director do futebol juvenil demitiu-se, senão era demitido ou corrido pelos pais dos nossos jovens. Sem estes o clube passava bem, mas a grande perca para o nosso Beira, foi a demissão em bloco do departamento clínico.
O sócio comum não imagina o amor, a dedicação, a competência e a importância que esta gente tinha para nós.
Demitiram-se fartos de aturar um «artista da bola», um vice que lhe deu cobertura e que clama que a mudança é importante e uma ingratidão atroz de toda a Direcção.

Lamento e estou solidário convosco e publicamente quero agradecer a todos o que fizeram pelo nosso Clube.
OBRIGADO, Dr. Laerte Mota, Dr. Lúcia Ferreira, Dr. Elmano Ramalheira, Enf. Zé Luís, Enf. Carlos Neves.
Bem Hajam por tanto que deram e tão pouco receberam.
Jamais vos esquecerei por tudo o referido e pelas lágrimas que nos traíram nos momentos de alegria e tristeza.
A vossa história no Clube, por muito que queiram, jamais será apagada.

Está para breve o fecho de contas da época desportiva de 2005/2006 e, depois de revisionadas as contas pelo Doutor Domingos Cravo, todos os beiramarenses vão ficar a saber quem nos andou a enganar ou a omitir o descalabro financeiro, assim como, aonde estavam os 500 mil euros que a antiga Direcção disse que tinha deixado no Clube.

A desculpa esfarrapada do esbanjamento de dinheiro e endividamento do Clube vai ser imputada á subida, mas como ficou dito atrás, esta poderia ser uma realidade com ¼ do orçamento gasto por esta Direcção.
Os «Sete magníficos ou suicidas», em plena Assembleia, vão ter de justificar tudo isto e, espero eu, que sejam responsabilizados pessoalmente por tanta leviandade e irresponsabilidade. «Em casa que não há pão, todos ralham e ninguém tem razão.» Este provérbio retrata o que se passa no nosso Clube. Não há liderança porque não se sabe quem manda. O Presidente e o Cachide estão em rota de colisão, mas o mais grave é o que transparece para a opinião pública, ninguém com cargos directivos manda.
Quem será?! O roupeiro, um técnico especializado em futebol, ou um ex-dirigente. (Ai, esses pequenos-almoços!...Ai, essas noitadas no Porto!).

Infelizmente prevejo um futuro negro para o nosso Clube, está armadilhado em várias vertentes e os elementos que estão na Direcção, que gostam do nosso Beira, estão a leste de tudo, uns porque trabalham muito para o Clube e para as suas vidas, outros porque são pessoas de boa fé e não se apercebem do que o estratega e pragmático «Pai das SAD», anda a tramar. São poucos, para segurar o Presidente e a Direcção.
Em Aveiro os Russos já foram importantes para o enriquecimento de certas pessoas, mas para o Beira-Mar serão perniciosos, se os deixarem entrar no Clube, através dos seus velhos parceiros de negócios.

O Beira-Mar é dos sócios e não está a venda.
Nós Beiramarenses numa Assembleia das mais concorridas, dissemos «Não» à SAD e no futuro diremos o mesmo e lutaremos até ao fim contra este modelo de gestão porque não queremos perder a nossa identidade e a nossa história que a todos nos orgulha. Beiramarenses, vamos ficar em guarda e vamos demonstrar a estes «arrota-milhões» que quem manda no clube são os sócios e que quem ri no fim ri melhor.

11/06/2006
Mano Nunes