Na página da EMA na internet, em http://www.ema.pt/, aparece divulgado o seguinte texto: “O Estádio Municipal de Aveiro iniciou a sua construção em Junho de 2001. Pouco mais de dois anos foi o tempo que demorou a realizar, tendo custado perto de 62 milhões de euros. O Estádio ocupa uma área de 32 hectares e integra ainda um terminal de autocarros, uma praça com 24.000 mq., uma alameda pedonal e estacionamentos para mais de 3.000 ligeiros e 70 autocarros. A quantidade de terra movimentada neste espaço foi de 1,5 milhões de metros cúbicos...”.
De uma forma explicita e sem rodeios pretende-se demonstrar o gigantismo da obra, mas o que mais salta à vista é o seu custo escandalosamente elevado.
A vivência do SCBM no novo Estádio Municipal nos últimos meses, veio demonstrar que o projectista da obra e o seu dono – a EMA - tiveram a preocupação única de construir um equipamento para realizar unicamente dois jogos do EURO. Poderão dizer que esta afirmação é injusta, mas os factos suportam a minha afirmação:
Como é possível despender 62 milhões de erros na construção de um equipamento tão grandioso, e não salvaguardar situações essenciais para o funcionamento naquele de um clube residente, como:
1) A construção de campos de treinos e balneários, nos terrenos adjacentes;
2) A construção de um pavilhão gimnodesportivo na parte inferior de uma das bancadas;
3) A construção de uma Academia de Formação para o futebol juvenil que possa ser utilizada, pois a existente não dispõe das condições para a sua legalização como tal (falta de iluminação exterior e “pé direito” insuficiente).
Já para não falar de equipamentos de custo reduzido, mas essenciais ao funcionamento no local de uma equipa de futebol profissional, como as tinas de hidromassagem e os jacuzzi, feitos à posteriori e não incluídos no custo da obra.
É pois perceptível que ao custo de 62 milhões de euros, é necessário acrescentar mais umas centenas de milhar de euros, que seriam evitados se os pressupostos do projecto fossem inicialmente devidamente articulados.
O novo Estádio Municipal de Aveiro nasceu torto, e não é com restaurantes, festas de passagem de ano, festas de carnaval, exposições, eventos culturais, casamentos ou outras iniciativas similares que o “elefante branco” se rentabiliza.
Haverá alguma estratégia pensada? Ou o passado e o presente são a evidência da sua inexistência?
O SCBM esteve e deverá estar disponível para ser parceiro na implementação da estratégia, mas com interlocutores com quem se possa discutir!
João de Sousa
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11 comentários:
Sabe-se que a UEFA é muito exigente em relação aos Estádios integrantes do Euro. Contudo, penso que esta obra deveria também ter sido pensada, desde início, para o pós-euro. O pós-euro que passava e passa irremediavelmente pelo SCBM. Além das deficiências já referidas pelo Dr. João de Sousa, enquanto adepto, gostava que aquele estádio tivesse capacidade de atrair pessoas que procuram zonas de lazer. Entristece-me a inexistência de espaços virados para o exterior. Só se vê parede e azulejo (horrível, diga-se)... Até a entrada principal acho que merecia outra envolvência. Há quem dê a volta ao estádio e nem repare que é ali o edifício principal. Tanto espaço envolvente, aquela praça grande e nem um Bar, nem uma esplanada onde se possa desfrutar de todo aquele espaço antes e depois dos jogos ou, até, em dias de semana (uma situação a ponderar por quem tivesse a seu cargo a manutenção e exploração).
Depois há outros aspectos que são realmente de lamentar e que demonstram a falta de sensibilidade para a essência do futebol e para a "cultura do adepto". Aquele "circo" de cores não dignifica nada os 62 milhões de euros ali investidos. É óbvio que os gostos não se discutem mas, à partida, era fácil perceber-se que estamos perante um gosto muito duvidoso para não lhe chamar outra coisa.
As cadeiras, também elas às cores, seriam para dar a "ilusão" de que o Estádio está cheio. Ridículo! Que espíritos pequenos... Como dizia a campanha do Benfica, uns fazem estádios para estar vazios, outros...
O único factor positivo que vejo nas cadeiras às cores é conferir ao Estádio uma linha estética coerente: todo ele é piroso.
Saudações Auri-Negras!
Nuno Q. Martins
Aos poucos as trevas da demagogia e da mentira vão-se dissipando. 62 milhões de euros investidos num estádio de futebol? E, pelos vistos ainda falta contabilizar, os milhões que ainda lá faltam gastar. Lamento que o pagamento da factura não recaia sobre quem tomou a decisão (Souto, Feio, Marília, Cerqueira etc) mas sobre os aveirenses que durante décadas vão ter de andar a pagar este acto absolutamente louco. Obrigado pela informação sr. João de Sousa. É disto que precisamos de saber, sem rodeios, nem damagogias. Haja coragem.
Comentários anónimos.... serão eliminados.
Saudações,
André Apolinário
Um estádio com tanto investimento para ir ficando às moscas a não sei quantos quilómetros de distância, sem animação diurna, que puxe as pessoas para ele, com lojas, empreendimentos desportivos, restaurantes (acessiveis). Um estádio morto, um masmarraço que não se identifica nem com as cores da cidade nem com as cores do clube que representa essa cidade.
Estádio Municipal de Aveiro Mário Duarte distinguido.
O estádio municipal de Aveiro foi distinguido com a medalha de ouro Associação Internacional para Equipamentos de Desporto e Lazer (IAKS) e do Comité Olímpico Internacional (COI) que também agraciou com igual galardão o estádio municipal de Braga. As obras foram projectadas, respectivamente, pelos arquitectos portugueses Tomás Taveira e Souto Moura.
Segundo uma nota da Câmara de Aveiro, trata-se do único prémio internacional de arquitectura para instalações desportivas e recreativas já existentes.
O IOC/IAKS AWARD é atribuído desde 1987 e premeia instalações desportivas desenhadas de uma forma exemplar e igualmente funcionais.
O presidente da Câmara Municipal de Aveiro, Alberto Souto de Miranda, congratulou-se “com mais esta distinção para o estádio municipal de Aveiro” e felicitou o arquitecto Tomás Taveira, bem como o consorcio responsável pela construção e a empresa municipal do estádio.
Este ano, concorreram ao prémio, que será entregue no final de Outubro, 93 equipas de projectistas de 25 países.
In: www.noticiasdeaveiro.pt
TENHAM A CORAGEM DE NÃO CENSURAR ESTA NOTÍCIA.
Sou de Aveiro, o nosso estádio é e será sempre o mais bonito.
O Tomás Taveira também é de Aveiro...
Se calhar há quem ache que o campo de Coimbra, digo Bloco de escritórios envidraçados é mais bonito é mais bonito que o nosso. Só se for algum estudante de Coimbra, eh, eh.
Aveirense, biramarense, só e sempre!
O que é que tem a ver o cu com as calças?
Isto é ... com o Taveira?
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