A RTP1 dedicou esta semana, através do seu programa “Prós e Contras”, o debate ao tema da sustentabilidade do futebol.
Os convidados e fazedores de opinião foram novamente os mesmos, aliás, vão rodando por outros programas televisivos de desporto e comunicação social desportiva.
Os principais convidados representam os chamados três grandes, como é normal, neste país e em órgão de comunicação que se preze; os outros: mais um representante do Benfica, perdão da Liga, outro de um clube que desceu aos campeonatos nacionais e acabou por abandonar o futebol sénior e por último um jornalista agora muito solicitado com mestrado em táctica e doutoramento em gestão desportiva pelas universidades de e, respectivamente.
Concluíram que a primeira Liga, só seria sustentável se o campeonato se resumisse a oito equipas, sedeadas de preferência, no Porto e Lisboa.
Bem, considero que continuamos a avaliar mal o potencial do país. Não temos capacidade de liderança. Os média colam-se subservientes aos grandes. Os grandes continuam a ser os maiores beneficiados pelas empresas públicas, continuam a ter a fatia maior dos direitos televisivos (90%), ou seja, um proteccionismo digno do terceiro mundo. A arbitragem e justiça sempre ao lado dos mais poderosos. Será que vai haver coragem de despromover um desses clubes se se comprovar corrupção e indemnizar os prejudicados? Não acredito! Com este panorama, como é que se consegue ainda mais competitividade?
Este negócio requer rigor na gestão e credibilidade. Credibilidade foi, exactamente, aquilo que mais uma vez estes actores não introduziram no debate e consequentemente mais um contributo negativo para a imagem do futebol, que é um dos factores do negócio.
Isto interessa aos três grandes, eu não tenho dúvidas. Eles receiam a competitividade, quando para mim é também um dos principais factores de desenvolvimento desta actividade. Apenas um exemplo, nesse programa um dos convidados brincou ironicamente e de forma mal criada, com a complacência de todos os outros, com um dos principais patrocinadores da liga e consequentemente dos clubes, constituindo mais de 20% da receita para a maior parte dos clubes da segunda liga e é já o patrocinador de um dos maiores clubes europeus.
Questiona-se a fragilidade das receitas e são os próprios a denegrir a imagem dos patrocinadores? Isto é racional? Bem, sei que para este sr., ou melhor, para o orçamento do seu clube, pouco representa. É, exactamente, o contrário desta forma, o que se verifica na liga inglesa, na liga dos campeões, na NBA.
Temos falta de cultura desportiva, não dignificamos o desporto, queremos sempre a nossa equipa mais forte à custa da fragilidade dos adversários, quando deveria ser o contrário.
A. Roque
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7 comentários:
Não percebi rigorosamente nada. Deduzi, apenas, estar na presença de mais uma "lameliche" muito comum à maioria dos dirigentes ou ex-dirigentes. De facto, não há cultura desportiva neste país. Exemplifica-o e demonstra-o este texto.
Vindo do sr. Pôncio Monteiro o que seria de esperar?!
Eu também segui com atenção o dito programa. No entanto, quando foi apresentado o painel de convidados, concluí de imediato que daquela discussão que se seguiria, apenas resultaria muita parra e pouca uva. E assim foi.
Se há discurso que já me farta é a repetição do argumento "A culpa é do Governo que deveria intervir/legislar". Ora, se os agentes que dirigem o futebol português não conseguem concertar estratégias, apresentar um modelo minimamente consensual de sustentabilidade para o futebol, estão à espera que seja o Secretário de Estado do Desporto a tomar a iniciativa?
Francamente, estou desiludido com a cultura que reina no dirigismo futeboleiro. Cada "Rei" olha pelo seu "reino" e não há uma visão global integrada. Nestá actividade que é o futebol profissional, os clubes precisam uns dos outros. A concorrência deve remeter-se às quatro linhas, onde é de crucial importância zelar pela credibilidade e qualidade do espectáculo proporcionado. A sustentabilidade da grande maioria dos clubes com futebol profissional não passará pelos mecenas esporádicos, nem, muito menos, pelos subsídios municipais, cujos cortes já estão a produzir efeitos em vários clubes da 2ª liga, por exemplo.
Tenho alguma esperança que a nova vaga de dirigentes, com outra mentalidade e formação, seja capaz de perceber este negócio. Se assim não acontecer, o mercado acabará por ditar as suas regras e extinguir o futebol profissional em vários clubes históricos. Aí poderá ser tarde e a questão deixará de ser reduzir o número de clubes na 1ª Liga, mas antes, conseguir reunir um número mínimo aceitável.
Gostaria de vêr um multimilionario comprar um clube português ditos daqueles pequenos e consegui-se contratar os melhores jogadores que actuam na nossa liga e mais um ou outro craque estrangeiro e levar essa equipa a campeão nacional e vêr o estádio sempre cheio( bilhetes em saldo claro), e vêr a importancia que os media dariam a esse clube, as tv`s a quererem comprar os direitos televisivos mas pagarem o justo valor, ao contrario do que acontesse agora( todos os fim de semana temos que levar os os 3 ditos grandes), mas não havia campeonato sem as equipas ditas pequenas, portanto á que lhe dar muita mais importancia........ sonhar!!!
Vitor Peixoto
Completamente de acordo. O quarto poder ajoelha-se aos grandes e ajuda a suportar e fomentar este modelo.
João Fernandes
o futebol em Portugal vive para 3 clubes e os restantes são apenas figurantes nesta feira de vaidades. A cultura desportiva em Portugal é quase inexistente. Veja-se, por exemplo, a politica de contratações dos 3 grandes. Sempre que uma equipa de média dimensão como o Beira-Mar, Maritimo, Académica e outros têm um jogador que sobressai sobre os restantes aí vêm os tais 3 clubes para o contratar. O jogador fica contente, vai para o clube e o que é que acontece? Não se ouve falar mais desse jogador. O último exemplo disso é o jogador Marcel, do benfica. Será que os dirigentes desses clubes não se apercebem que jogadores como o Marcel até jogam bem mas não têm capacidade de jogar num clube grande? São outras responsabilidades, há mais pressão, se fazem um jogo menos bom são logo assobiados. Penso que se deve reflectir sobre casos como este, pois retiram poder as outras equipas só para se poderem passear pelo campeonato. Será que alguém terá coragem de mudar isto?
Mas uma coisa é certa,se os clubes não conseguem dar credibilidade ao futebol, o Governo não deveria também poder intervir e ajudar a dar essa mesma que talvez seja mesmo assim a imagem mais solicitada da nossa economia8 seé que ela existe)....
Mas por serem sempre os mesmos e o poder estar absoluto é que Marinho Neves depois de escrever um livro(censurado), teve de fazer as mals e ir para América, pois chamou os nomes aos 'Bois' e muitos não gostaram pois eram muitos e poderosos...
Mas sobre este tema vou em Bancada Directa esta semana deixar um cheirinho do que foi o polémico "Golpe de Estádio" e pouco me importa que censurem....
O Papa amigo do Cachide é o principal actor,se não for é tudo falso, ou já não é do meu tempo.Há muito preso nas cadeias,por menos que essa peste fez no futebol português.Ai Itália,tu não passas de amadora,na Máfia,comparada com este tubarão.Que venham os presidentes da JUV,INTER,MIlão e outros tirar um curso intensivo com onosso Padrinho e deixarão de ser presos e os seus clubes despromovidos
O Prf Dr. Bitaites
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