“Tachos ao Vento” será a nossa crónica mensal sobre a arte de bem comer e beber (não se confunda com comer ou beber muito) na Região de Aveiro.
Neste espaço destacaremos os aspectos positivos e também os negativos dos locais visitados pela turma do “Rua do vento” (e seus convidados, em algumas ocasiões) nos seus jantares mensais, que percorrerão restaurantes da nossa Região de Aveiro, mantendo esta tertúlia viva, em que o tema principal das conversas será, inevitávelmente, o Sport Clube Beira-Mar.
Desta forma pretendemos divulgar aos nossos “visitantes” o que de bom se faz na nossa região e, ao mesmo tempo, alertar para eventuais “barretes gastronómicos” uma vez que não temos qualquer compromisso publicitário ou de fidelização com nenhum dos establecimentos a visitar.
Neste sentido, ontem dia 13, estava marcado o nosso primeiro jantar oficial e calhava-me a mim escolher e organizar tão interessante evento.
Consciente da responsabilidade, não me foi muito dificil escolher o primeiro local pois reunia vários atributos válidos para merecer tal previlégio: cozinha regional caseira, local genuíno (sem pretenções ou pseudo-regionalismos) e tranquilo e recatado como se pretendia. Acresce que neste local, pelas mãos da D. Dina, são confeccionadas certamente as melhores enguias da região (com todo o respeito por outros bons “chefs” da especialidade), escolhidinhas a preceito, da zona da Murtosa. E assim levei a turma do “Rua do Vento” ao “Tanoeiro” em Angeja, bem no centro da vila.
É um estabelecimento genuinamente modesto, onde os petiscos regionais marcam presença – leia-se: bolinhos de bacalhau, iscas de fígado de cebolada, carapauzinhos de escabeche, enguias, entre outros – a qualquer hora do dia, sempre acompanhados de vinho caseiro escolhido pelo Sr. Manuel.
Não é uma casa muito dedicada a almoços e jantares, mas para conhecidos ou por marcação, quem lá for não se arrependerá certamente. Mas um lanchinho também vai bem, de vez em quando, e para isto não é preciso “marcação”.
Sem preconceitos e em ambiente familiar, deliciamo-nos com umas enguias fritas de entrada (só comemos ate... acabarem) e depois um caldeirada “das mesmas” acompanhada por um tinto caseiro da zona de Palmela (não do “Palmelão”, garantidamente!) que estava deliciosa. Não houve coragem para sobremesas (não é a especialidade da casa, mas nunca faltam lá uns pasteizinhos de agueda, frescos, ou um queijo de fatia para enganar).
Pois não consegui convencer os meus colegas de ofício a provar os rojões que também são de chorar, feitos à moda antiga, acompanhados de umas batatas cozidas com a pele, salteadas no pingue dos rojões com um pouquinho de alho, pois diziam “já não havia espaço”! Ficará para outra oportunidade.
O único inconveniente do “Tanoeiro” é que a qualidade... paga-se! E se um lanche até fica “em conta”, a refeição por encomenda não se pode definir propriamente como “económica”. Mas há prazeres que merecem o sacrifíco do seu custo.
Bom apetite,
André Apolinário
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8 comentários:
Tás a ficar barrigudo (coisas de homem casado). Por que não nomearem-se "EX-Clube dos comes-e-bebes" - é só uma sugestão.
Carlos Onofre.
Não faz sentido sermos ex-.... porque nunca fomos Clube dos comes-e-bebes, carissimo.
Saudações,
André Apolinário
Desculpa. Retiro o "EX".
C. Onofre
Caro C.:
Diga lá: não gostou da crónica? Não aprecia gastronomia? Tem alguma coisa contra o blog ou a malta do blog? Ora diga lá onde quer chegar com o seu cometário!
E já agora: conhecemo-nos pessoalmente?
Saudações,
André Apolinário
Está engraçada esta nova crónica
E começou bem. O Tanoeiro é uma referência de Angeja. Pena é que os locais como O Tanoeiro estejam a desaparecer, porque infelizmente, em Portugal dá-se preferência aos hamburgures, às pizas e ao fast-food. Pena é que não sigamos o exemplo dos espanhois que não dispensam as suas famosas tapas. Nós cá temos excelentes petiscos e muito bons vinhos, mas ir «petiscar» ou comer qualquer coisa a uma «tasca» é patego ou não fica bem.
Já agora, visitem a Alameda em Albergaria-a-velha, outro sitio unico. Pela sopa, pela comida, e pelo ambiente em si. Ali, o vinho sai das pipas que estão ao lado dos clientes.
Um abraço.
Grande Pedro: obrigado pela participação. Teremos de ir experimentar esse "Alameda". Abraço,
André Apolinário
Nota: algum contacto ou dica de lá??
Tratam-se bem... ;)
Num dos próximos vais estar presente certamente.
Abraço,
André Apolinário
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