6.16.2005

Ventos de S.Roque #2 - Eleições 2005|2008

Da análise da campanha eleitoral levada a efeito pelas duas candidaturas ainda não consegui retirar uma ideia e muito menos um projecto.

Também na vida das instituições não considero relevante a existência de um projecto, mas é absolutamente necessário a existência de uma estratégia.

Constatei ainda que, sócios com responsabilidades históricas no clube, ou se mantêm ausentes ou dizem mal de tudo e de todos, chego mesmo a colocar em dúvida se quando se vêem ao espelho dizem mal até deles próprios.

O Sport Clube Beira-Mar passa, em minha opinião, por uma crise de crescimento natural em qualquer instituição e resultante de uma má avaliação que a direcção fez na época de 2004/2005 e que tem de servir de exemplo para futuros gestores. É importante aprender com os erros. Não podemos nem devemos fazer disto um drama.

Depois de um ciclo de 10 anos de êxitos relevantes e com uma liderança forte, responsável e carismática verificou-se a despromoção da equipa profissional de futebol. Sendo o futebol profissional a parte mais visível do clube, independentemente do sucesso em todas as outras áreas, a relação entre a direcção e a massa associativa fica afectada e como tal deve assumir as suas responsabilidades e retirar as consequências.

Importa pois projectar um novo ciclo. Este novo ciclo de curto ou médio prazo tem que ser de continuidade, embora, com as alterações necessárias. Este meu contributo visa essencialmente ajudar os futuros gestores do clube.

A estratégia passa agora por dar continuidade ao crescimento do clube de forma sustentável:

1 – O Sport Clube Beira-Mar, embora um clube eclético, tem e deve continuar a ter no futebol a sua modalidade de excelência e em particular no futebol profissional;

2 – A sustentabilidade financeira tem que ser um objectivo a cumprir;

3 – A equipa de futebol profissional tem que ser competitiva, tendo sempre como objectivo a Superliga, mas sem pôr em causa a sustentabilidade financeira;

4 – O projecto de formação implementado no futebol deve ter continuidade, e se possível, ser mais desenvolvido tanto em qualidade como em quantidade. No que se refere à quantidade, o assunto depende das condições logísticas: mais e melhores campos de jogo, centro de formação, etc.; quanto à qualidade é necessário exigir mais aos formadores. Foi na área da formação que os resultados foram mais relevantes. Além de atletas de alta qualidade (Ribeiro, Artur, Bruno Resende, Ladeira, Marcelo no Beira-Mar, Cristóvão no Futebol Clube do Porto, Diogo Valente no Boavista, etc.), novos dirigentes e futuros sócios do clube com capacidade crítica.

5 – As actividades amadoras têm que continuar a ser fortalecidas, já que são pilares fundamentais do clube e fonte de formação de dirigentes e atletas. O futsal tem condições de crescimento, no entanto, o espaço condiciona o crescimento das diferentes modalidades. É importante também aqui o controlo financeiro.
Não me parece possível voltar a existir neste triénio o andebol, embora seja uma das modalidades históricas do clube, por uma razão muito simples, não existe espaço disponível.
No que se refere às piscinas, basta dar continuidade ao modelo de rigor implementado, exigindo responsabilidade aos seus profissionais.

6 – Profissionalismo: O Sport Clube Beira-Mar dispõe actualmente de profissionais competentes em todos os sectores e que tenho a certeza, desenvolvem as suas tarefas com rigor no estreito interesse da instituição. Será um erro considerar nos actos de gestão dos recursos humanos do clube interesses dos dirigentes.

7 – Estádio Municipal Mário Duarte: implementar o protocolo com a EMA em todas as vertentes. Não foi possível à direcção exigir que o mesmo fosse cumprido na plenitude, quer por razões endógenas, quer pela falta de apoio que a direcção teve dos sócios e em especial daqueles que publicamente foram expressando as suas opiniões. Esta é a casa do Sport Clube Beira-Mar e a próxima direcção tem a obrigação de exigir à EMA que assim seja.

8 – Antigo Estádio: O protocolo com a CMA estabelece que o Sport Clube Beira-Mar apenas disponibilize estas instalações quando estiverem disponíveis os seis campos de treino e jogos, bem como o centro de formação. Refira-se que decorre actualmente o concurso publico para a execução destas infraestruturas.

9 – Sede: Continua a ser propriedade do Sport Clube Beira-Mar um espaço de aproximadamente 175 m2 no edifício Avenida e que estava previsto no protocolo permutar com o edifício a construir pela CMA na Praça Melo Freitas e que por razões administrativas ainda não foi possível concretizar. Este espaço, repito, para que não existam dúvidas é um património importante e propriedade do clube.
Considero actualmente que a sede administrativa está bem instalada no novo estádio, deixando assim de ser um problema. Serei crítico, quando qualquer direcção utilize edifícios que são património pessoal para uso do clube. Os dirigentes são transitórios e têm que o entender em todos os actos que praticarem.
É fundamental a criação do museu do clube. Não foi possível, com muita mágoa minha, concretizar este objectivo, mas entendo que é possível com alguma imaginação instalá-lo no novo estádio.

10 – Pavilhão: O Sport Clube Beira-Mar tem necessidade de uma oficina de trabalho para as diferentes modalidades do pavilhão. A solução passa pela construção de uma nave com condições logísticas necessárias essencialmente ao trabalho, a construir na área envolvente ao novo estádio.
Este é um projecto auto-financiável, dependendo apenas da decisão da direcção e da CMA na definição da localização adequada.

11-Parceiros de referencia: É fundamental o desenvolvimento de parcerias adequadas com CMA, EMA e os patrocinadores, salvaguardando sempre os interesses do clube. Uma das parcerias mais importante para o futuro do clube refere-se às condições de cedência do antigo estádio. Esta parceria está protocolada com a CMA.

12-Comunicação Social: Os órgãos dirigentes e em particular a direcção, devem manter uma equidistância ponderada e continuamente avaliada, respeitar e exigir respeito, já que se trata de uma das áreas do desporto onde a regulamentação não existe, a concorrência é exagerada tendo como consequência o tráfico de influências e em certos casos falta de ética.

13-Claque: Continuo a entender que é um dos parceiros fundamentais das direcções. São a alma do espectáculo e massa critica importante. Devem continuar a ser apoiados. Os Ultra Auri-Negros foram durante os últimos cinco anos fundamentais na afirmação do clube.

14-Informação:O Sport Clube Beira Mar tem um dos melhores “Sítios”, deve portanto manter essa qualidade. Deve ainda manter o suplemento em parceria com o Diário de Aveiro. Entendo que seria possível de imediato a criação de uma revista com o objectivo de identificação dos adeptos com o clube da região e servindo ainda como veículo de promoção dos jogos. Entendo ainda ser possível dado o actual panorama de difusão de televisão por cabo e por satélite, embora não tenha dados concretos, implementar um canal de televisão do clube. Este projecto pode e deve ser feito em parceria com a Universidade de Aveiro.

15-Organização do Futebol Nacional: O Sport Clube Beira Mar tem que continuar como agente activo, isto é, participar: propondo, discutindo, avaliando etc. em todos os fóruns. Deve sempre que possível fazer parte dos órgãos sociais executivos da LPFP e ter representantes na AFA

Considero estes os 15 objectivos que se enquadram numa estratégia de crescimento e espero, contribuam para melhorar o desempenho dos diferentes órgãos do meu clube no próximo triénio.


Alberto Roque

12 comentários:

Anónimo disse...

Excelente visão e óptimo artigo. Vamos ver se a futura Direcção conseguirá ter estabilidade e reunir apoios para montar uma equipa capaz de desenvolver as principais ideias e projectos.

Parabéns aos responsáveis do blog pela iniciativa. Sem dúvida, um bom contributo e exemplo de participação na vida do clube e fomento da mesma noutras pessoas potenciais visitantes deste espaço.

Um abraço;
Nuno Q. Martins

Anónimo disse...

É isto que me irrita. Ideias sem sustentação. gostava que alguém iluminado mostrasse o caminho não o itinerário. Percebido?
Alexandre Resende

Anónimo disse...

Isto é conversa para boi dormir. O Roque não sabe o que diz mas mais grave não diz o que sabe. E aqui é que está o problema

Anónimo disse...

As ideias estão lá. O rumo está indicado. A forma depende dos intervenientes. Esta nova direcção certamente agradecerá todos os contributos. Força Beira.
Carlos Fonseca

Anónimo disse...

Parabéns, excelente artigo.

Efectivamente o itínerário está traçado para seguir caminho sem partir à aventura .

Não é de forma alguma conversa para dormir, mas sim para quem está atento e gosta do BEIRA MAR, passando a mensagem de forma escrita, mas sem perder o nível, defendendo os seus pontos de vista ou contestando posições,fazendo critica positiva ou negativa, desde que bem argumentada é enriquecedora e salutar.

Anónimo disse...
Este comentário foi removido por um gestor do blogue.
APA disse...

Conforme foi dito, posts anónimos serão apagados. Teremos todo o gosto em responder, assumindo a nossa identidade e opinião, mas assim o esperamos também de quem questiona.
Atentamente,
André Apolinário

APA disse...

...mesmo sabendo que algumas pessoas poderão usar nomes falsos para vencer esta nossa "exigência".

Anónimo disse...

Engenheiro Roque, então porque não se candidatou se tinha tantas ideias feitas ? Explique lá ? Agora quem está de fora racha lenha...
Zeca Trinheiras

Anónimo disse...

Um excelente texto de alguém que nos habitou a vê-lo como o elemento mais esclarecido da anterior direcção.
Uma pena que se não tenha candidatado.
Talvez a menor participação em campanha (que não no acto eleitoral) se tenha devido ao facto que, sem a sua candidatura, havia apenas um candidato à presidência da Direcção. Tenho para mim que teria sido mto interessante uma campanha eleitoral com a sua presença e a do actual presidente. Duas pessoas com provas dadas no clube, em tempos e com visões distintas.
Aqui deixo-lhe (e à anterior direcção) o agradecimento pela forma como conduziram os destinos do clube e, à nova direcção, a certeza que tudo fará para manter o BEIRA-MAR no bom caminho.

Anónimo disse...

Porque será que o sr. Eng. Roque se "esqueceu" de falar das Piscinas Municipais?
Porque será?
Se ele dissesse tudo o que sabe, talvez nos ajudasse a saber um pouco mais.
É pena!
Filipe Trindade Santos

Anónimo disse...

De todos os jogadores da formação que falou só o Ribeiro foi titular e querem mandá-lo embora...