7.15.2005

As Rajadas do Mano #2 - Pesadelo

Sonho que estou no “ Mário Duarte “ para ver mais um jogo do meu Beira Mar, ansioso por ver a nova equipa e para sentir o fervor dos adeptos doentes como eu.

Entradas as equipas em campo …

Eis que sou meio despertado, por uma espécie de deflagração de uma granada “ morteiro 60 “. O meu Beira Mar deixou de ter a cor preta nos seus equipamentos ?! Camisola amarela com calções brancos e meias azuis!!!

Continuo atordoado, mas ao ser acordado pelos gritos de revolta dos nossos fundadores e BEIRAMARENSES, já falecidos, vejo claramente o equipamento, as meias não são azuis, mas amarelas. Do mal, o menos, pois lembrei me logo da bandeira de um partido politico o “ C.D.S. “.

O choque não passa e não consigo gritar a revolta como todos os presentes no estádio, e os que se ergueram dos túmulos. Os jogadores olham amedrontados sem saber o que se passa. Os Auri Negros esbracejam e tentam gritar, mas não se fazem ouvir como é habitual.

O Estádio estava a abarrotar com gente do nosso clube, coisa nunca vista e só seria possível ver uma situação parecida, se se tivesse levado a festa da Taça para o Estádio, mas aí, havia alegria, loucura, fervor “ clubistico “ e orgulho. Hoje sentíamos frustração, falta de respeito e pouco sentir pelo nosso clube.

Quem foram os inventores desta barbárie? Quem autorizou quem, a fazer isto? Que motivações levaram a tomar esta medida? Tudo isto me passou pela cabeça, e a única explicação que encontrei momentaneamente foi a seguinte:

- Medida bacoca, provinciana, e cheia de complexos de inferioridade em relação a Coimbra. Os autores deviam ter tido um trauma tão grande na infância, que ao crescerem o fundamentalismo cresceu com eles, e tornou-os nesta espécie de “ Yatolas”. (Coitados, caíram do berço…!!!)

Sejamos orgulhosos e gritemos todos:
- A Académica são os morcegos, e o Beira Mar , são os Auri-Negros .
Só uma cor nos pode equiparar, de resto nós somos de Aveiro e eles são de Coimbra.

- “ Auri-Negros, sempre! “

Esta frase feriu-me os tímpanos como o faria uma bomba de avião, e senti-me aliviado, o pesadelo tinha acabado e o meu Beira Mar, lá vinha com suas cores, amarelo e preto, todo altaneiro e orgulhoso do seu percurso de mais de 80 anos cheios de glória.

Vou juntar-me á claque no próximo joga e cantar com eles, feliz da vida.
- QUEM NÓS SOMOS ??!!... QUEM NÓS SOMOS ???!!!...
- BEIRA –BEIRA OLÉ !! OLÉ !! - BEIRA –BEIRA OLÉ !! OLÉ !!

Mano Nunes

7.14.2005

Tachos ao Vento # 1

“Tachos ao Vento” será a nossa crónica mensal sobre a arte de bem comer e beber (não se confunda com comer ou beber muito) na Região de Aveiro.



Neste espaço destacaremos os aspectos positivos e também os negativos dos locais visitados pela turma do “Rua do vento” (e seus convidados, em algumas ocasiões) nos seus jantares mensais, que percorrerão restaurantes da nossa Região de Aveiro, mantendo esta tertúlia viva, em que o tema principal das conversas será, inevitávelmente, o Sport Clube Beira-Mar.
Desta forma pretendemos divulgar aos nossos “visitantes” o que de bom se faz na nossa região e, ao mesmo tempo, alertar para eventuais “barretes gastronómicos” uma vez que não temos qualquer compromisso publicitário ou de fidelização com nenhum dos establecimentos a visitar.

Neste sentido, ontem dia 13, estava marcado o nosso primeiro jantar oficial e calhava-me a mim escolher e organizar tão interessante evento.
Consciente da responsabilidade, não me foi muito dificil escolher o primeiro local pois reunia vários atributos válidos para merecer tal previlégio: cozinha regional caseira, local genuíno (sem pretenções ou pseudo-regionalismos) e tranquilo e recatado como se pretendia. Acresce que neste local, pelas mãos da D. Dina, são confeccionadas certamente as melhores enguias da região (com todo o respeito por outros bons “chefs” da especialidade), escolhidinhas a preceito, da zona da Murtosa. E assim levei a turma do “Rua do Vento” ao “Tanoeiro” em Angeja, bem no centro da vila.
É um estabelecimento genuinamente modesto, onde os petiscos regionais marcam presença – leia-se: bolinhos de bacalhau, iscas de fígado de cebolada, carapauzinhos de escabeche, enguias, entre outros – a qualquer hora do dia, sempre acompanhados de vinho caseiro escolhido pelo Sr. Manuel.
Não é uma casa muito dedicada a almoços e jantares, mas para conhecidos ou por marcação, quem lá for não se arrependerá certamente. Mas um lanchinho também vai bem, de vez em quando, e para isto não é preciso “marcação”.
Sem preconceitos e em ambiente familiar, deliciamo-nos com umas enguias fritas de entrada (só comemos ate... acabarem) e depois um caldeirada “das mesmas” acompanhada por um tinto caseiro da zona de Palmela (não do “Palmelão”, garantidamente!) que estava deliciosa. Não houve coragem para sobremesas (não é a especialidade da casa, mas nunca faltam lá uns pasteizinhos de agueda, frescos, ou um queijo de fatia para enganar).
Pois não consegui convencer os meus colegas de ofício a provar os rojões que também são de chorar, feitos à moda antiga, acompanhados de umas batatas cozidas com a pele, salteadas no pingue dos rojões com um pouquinho de alho, pois diziam “já não havia espaço”! Ficará para outra oportunidade.
O único inconveniente do “Tanoeiro” é que a qualidade... paga-se! E se um lanche até fica “em conta”, a refeição por encomenda não se pode definir propriamente como “económica”. Mas há prazeres que merecem o sacrifíco do seu custo.

Bom apetite,
André Apolinário

Aos Ultras Auri-Negros pelo seu 5º Aniversário

Caros Ultras,

Cinco anos! Parabéns.
Sinto orgulho em ter pertencido à direcção do Sport Clube Beira Mar que viu nascer a Associação Ultras Auri-Negros.
É com orgulho quando no mundo do futebol se fala de claques, os Auri-Negros são referenciados como dos mais organizados e mais interventivos.
As claques são a alma do futebol. Não é possível conceber este espectáculo sem a coreografia e os cânticos das claques. Os Auri-Negros tiveram tudo isso acrescido de uma enorme responsabilidade dos seus dirigentes.
As claques são normalmente irreverentes, frontais, enérgicas, impulsivas, encorajadoras… e como tal, massa critica importante para qualquer clube. Os Auri-Negros assumiram essa responsabilidade, criticando quando se justificava, apoiando quando necessário.
Senti-me profundamente honrado em ter sido distinguido como “Ultra de Mérito”. É com orgulho que exibo esse diploma que entenderam atribuir-me. Revejo-me normalmente nas vossas atitudes.
Foram fantásticos nestes cinco anos, espero e desejo que continuem com estas virtudes.
O Sport Clube Beira Mar está-vos gratos.
O " Rua do vento" e os seus autores desejam-vos felicidades e esperam que o vosso trabalho continue a merecer a distinção até agora reconhecida.
Obrigado.
Um abraço,
Alberto Roque

7.13.2005

As Rajadas do Mano # 1 - O Gestor do Croquete

Nos anos 60, nasceu entre as Areias do Pilar e as areias do mar, o menino que se tornou num subproduto tão em voga nos dias de hoje. Saltitou entre o local de nascimento e Espanha o que lhe valeu uns valentes sustos com os “carabineiros” de nuestros Hermanos.
Mas graças à sua essência e local de nascença, habituou-se a mover-se em terrenos movediços passando a ser um verdadeiro contorcionista. Qual ave rara de arribação, volta ao local de nascimento e por obra e graça do B.S., foi eleito gestor de uma empresa recém criada para fazer um palco de eventos, de toda a espécie e até de “chutos na bola”.
Rolam milhões dos bolsos de todos nós e sobram dejectos do asinino.
Mas como é hábito no nosso País assim nasceu mais um gestor público denominado de “Migas“ pelos seus companheiros de escola.
Numa tertúlia de amigos, recordando tempos idos, eis que salta o nome do Migas, e o Bítel com o seu ar de revolucionário perdido diz:
- Como é possível o Migas gestor?! Não há dúvidas que o 25 de Abril, criou e originou que muitos “abortos” subissem na vida à custa do “Zé Pagode” e dos tachos que os mais bem colocados vão arranjando.
O Baz bonacheirão e prazenteiro atalhou:
- Tu querias que o B.S. que por norma escolhe pessoas competentes, metesse num projecto destes alguém que lhe fizesse sombra. Quanto pior melhor. Conhece bem a peça pois foi colega do carteiro.
O Bill compenetrado e amarfanhado no seu ego diz:
- Pois é! Nós falamos e vivemos carregados de ideais, e somos competentes, e quem aparece na TV e jornais é ele com o capacete de mestre-de-obras, sempre ufano ao lado de Ministros e “gajos estrangeiros”, e é ele que ao fim do mês leva as lecas para casa e segundo dizem três mil e quinhentos ou quatro mim euros por mês. Quem diria?! – O Carlitos sempre gozão exclama:
- Só!! E o resto. Se ele ficasse com os euros de vencimento e me desse o restante não me chateava mais. - O Bítel conhecedor do metier vocifera:
- O nojo que ele mandou fazer com materiais de ultra-refugo, dentro de dez anos vão custar na sua manutenção mais uns milhões de euros ao pagode. O palhaço nem se quer se deu ao luxo de ir visitar o “Calhabé” para ver a diferença. - O Baz gozão:
- O Migas é o maior, tornou-se motoqueiro vai a Lisboa de mota tomar café e dar um beijo à Bia, volta de trem e até pensa. Que cromo! Até escreve nos jornais da Terra.
O Rodas ainda abalado e nostálgico dos tempos de M.R. dispara:
- Pois é, eu é que fui corrido pelo B.S. e este artista com tanto disparate tem sido seguro pelo colarinho até que os dois se despenhem. Parece o dono do Palácio, inventa festas que só dão prejuízo e até casórios quer fazer. Diz mal dos futeboleiros e dos contribuintes que lhe pagam para não fazer nada de jeito. O melhor que ele sabe fazer é fiscalizar as cozinhas para ver se os croquetes saem bons. Deve ser um maníaco do croquete.
Todos em uníssono:
- Não pá, é o “Gestor do Croquete”.
Risada geral e o Bill, triste e amargurado, murmura:
- Vamos beber mais um copo. O Migas é tão insignificante que não merece que a gente perca tempo a falar dele. Espero que arranje algum do seu tempo para se lembrar que tem pai e mãe em Pilar. Eles mereciam melhor, mas a gente pode escolher os amigos mas os filhos e familiares impõem-nos.
Emudecidos dirigiram ao “Ali-Toca” e beberam e cavaquearam de tudo e de nada para esquecer a vulgaridade da vida que na juventude não sonhavam que ainda persistisse nesta sua meia-idade.

Trabalho encomendado a Produções Malícias, qualquer semelhança com a realidade é pura especulação ou coincidência.

Mano Nunes

Aviso à Navegação # 8 - Sobre Futebol Juvenil ...

O esforço do BEIRA-MAR na promoção do Futebol Juvenil nas últimas três épocas

Nas últimas três épocas desportivas foram efectuados pela Direcção do Sport Clube Beira Mar investimentos significativos no Departamento de Futebol Juvenil, que passaram por um incremento significativo dos valores financeiros despendidos, e por uma maior profissionalização do Departamento. Só uma das vertentes não foi devidamente acautelada, a das instalações desportivas. E essa incapacidade foi consequência das evidentes insuficiências do velhinho Estádio Mário Duarte, e do atraso de todos conhecido da instalação da Academia no novo Estádio Municipal, e da construção dos campos de treino prometidos.
Tais factos negativos não impediram contudo o Departamento de providenciar na cedência de campos para treinos e jogos junto de colectividades amigas na zona de Aveiro (NEGE, Oliveirinha, Frossos, Cacia, Nariz, Azurva e Fermentelos), que permitiram dar condições minimas de trabalho aos nossos atletas, com os custos evidentes de mobilidade que o clube teve de suportar.
Alguns números da época de 2004/2005, dão imagem do envolvimento do clube na formação da juventude, cumprindo com o Protocolo assinado em devido tempo com a Câmara Municipal:
Atletas em actividade: 290
Treinadores contratados: 20
Seccionistas, médicos, fisioterapeutas e massagistas: 26
Funcionários administrativos: 2
Jogos efectuados: 443
Campeonatos participados: 10 ( 8 Distritais e 2 Nacionais)
Atletas seleccionados para selecções Distritais: 17
Atletas seleccionados para selecções Nacionais: 3
Jogadores oriundos da formação na equipa profissional: 4
Jogadores oriundos da formação na equipa satélite: 7

Mas se os factos enunciados não permitirem aos distraidos visualizar o trabalho desenvolvido, e se para esses o desenvolvimento só for avaliado pelo dinheiro gasto,. completemos a análise com a indicação do envolvimento monetário do SCBM com o futebol juvenil nas três últimas épocas:
Época 2002/2003 111.390 €
Época 2003/2004 148.029 €
Época 2004/2005 245.211 €

As ideias expressas possibilitam a formação de uma opinião sobre uma realidade inquestionável, e simultâneamente são um contributo para o esclarecimento do Sr. José Cachide, actual Vice-Presidente para a Área do Futebol Profissional do SCBM, que numa entrevista ao Diário de Aveiro no dia 8 de Julho, em dado passo afirmava “Estamos atentos às camadas jovens, porque até agora não houve resultados do trabalho feito pelo clube ... acho estranho que o clube não tenha feito um melhor aproveitamento das camadas jovens. Foi um pouco descurado, mas agora vamos acompanhar mais ...”.

João de Sousa

7.12.2005

Ventos de S. Roque # 5 - Jornalismo Desportivo: Responsabilidade, exige-se!


Todos sabemos que é no nosso país que a imprensa desportiva mais vende. Todos sabemos que é o futebol que alimenta esta máquina, sem dela usufruir, pelo menos directamente, qualquer vantagem financeira. Exige-se, pela parte dos clubes, no mínimo, responsabilidade aos redactores, ou seja, credibilidade, rigor e competência.
No dia 09.07.05, no jornal “O Jogo”, na última página, um dos seus jornalistas faz notícia da impossibilidade dos clubes profissionais inscreverem os futebolistas, por dívidas fiscais. Nesta notícia estava incluído o Sport Clube Beira-Mar. Esta notícia, assinada, deu origem ao editorial.
É claro que reagi de imediato quando fui alertado para esta situação.
No dia 10.07.05 o mesmo jornal na última página dá conta da reacção de alguns dos clubes citados, entre os quais, o Sport Clube Beira-Mar.
Esta notícia, agora não assinada, dá de novo origem ao editorial.
Além da falta de clareza de ambas as notícias e que revela o actual estado de algum jornalismo desportivo, que a troco do sensacionalismo e sem validar os factos, tem como único interesse potenciar a venda do seu produto.
Gostaria a administração deste órgão de informação ver publicada a noticia que o seu jornal estava impedido de ser distribuído ao público (comercializado) por dívidas ao fisco?
Não entendem os jornalistas que factos tão importantes para a vida das instituições têm que ser validados antes de ser publicados?
O Sport Clube Beira-Mar exige o respeito da comunicação social.
Ao jornalista exige-se rigor, credibilidade e competência.
Alberto Roque

Pelo Beira-Mar Sempre!

O contributo que deixei ao longo de cinco anos como Vice-presidente das Actividades Amadoras do Sport Clube Beira-Mar, nas épocas 2000/2005, e como primeiro responsável, pretendo somar o esforço de todos, no cumprimento da consciência de valores, no departamento de futebol juvenil, piscinas e pavilhão do Beira Mar, contando com a participação solidária de todos aqueles que contribuíram na vida do clube onde me orgulhei e orgulho de ter trabalhado com toda a Direcção à qual eu pertenci.

Foram tempos e desafios difíceis. Foi meu lema ultrapassá-los com a máxima urgência quer na resolução do exigido no momento, quer no conjunto das iniciativas e eventos conseguidos para encontrar a valorização nos diferentes níveis, garantindo o lugar a que o clube tem direito na vida colectiva da Cidade, do Distrito e do País.

Enfrentámos uma oportunidade única, a não perder, com a concretização já em fase de acabamento da Academia de formação (centro de estágio, campos relvados e sintéticos) e da futura construção do novo pavilhão, em que temos de apostar, dada a exigência que a formação das actividades amadoras necessitam. São algumas questões que temos de saber dar resposta.

Não me deixei iludir no tempo pelos arautos e “lagartos” da desgraça que se dizem beiramarzinhos cuja melhor resposta foi o silêncio, para não perturbar e levar em frente o projecto equitativo às grandes escolas de formação a nível nacional, na certeza de melhor servir o Beira-Mar.

O que me deu mais satisfação, foi o desenvolvimento pessoal e social dos cerca de 1300 jovens atletas sempre acompanhados por uma médica, um fisioterapeuta, uma psicóloga, massagistas, seccionistas, treinadores e funcionários, com o apoio dos pais em todas a modalidades, geradoras de grandes talentos que tentamos formar de valores e referências no desenvolvimento agressivo e consciente que hoje caracteriza.

Todo este esforço que deixo, gostaria de o alargar a todos aqueles que nos próximos anos nos vão dirigir na sua vontade e empenho na continuidade à causa do Beira-Mar, no ambicioso sonho que todos planeamos na esperança de fazer mais e melhor para bem da colectividade a que todos pertencemos.

Deixo o lugar, consciente do dever cumprido, só possível com a solidariedade total do Presidente Eng.º Mano Nunes, na causa exigente que procurei satisfazer no ambicioso sonho que projectamos. E este, foi talvez a missão mais importante que a todos coube.

Vai também uma palavra de agradecimento a toda a comunicação social e respeito a todos os que nela trabalham e contribuíram decisivamente para o engrandecimento do Beira Mar.

Desejo as maiores felicidades, pessoais e desportivas, convicto que me doei, como homem, atleta e dirigente honrando o emblema do nosso glorioso Beira Mar.

António Óscar Moreira Paulo