4.11.2007

ARBITRAGEM: UM PROBLEMA

Tenho andado deliberadamente ausente da blogosfera, mas o que vi ontem no jogo com o Benfica deixou-me “furibundo”.

Como já não faço parte da tribo do futebol, e a maior parte já mudou de telemóveis, não consegui descarregar a adrenalina.

O que vi:
O Sr. Lucílio Baptista apitou ao som da assistência.
O Sr. Lucílio Baptista actuou disciplinarmente em função do ruído.
O Sr. Lucílio Baptista adoptou critérios diferentes para as duas equipas.
O Sr. Lucílio Baptista inventou um penalty.
O que eu sei:
O Sr. Lucílio Baptista é de Setúbal.
O que eu já tinha visto:
O Sr. Lucílio Baptista marcar um penalty a favor do V. Setúbal com a falta a ser efectuada cinco metros fora da área. O Setúbal, nesse ano, não desceu.
O que o Soler sabe:
O Sr. Lucílio Baptista tem uma arbitragem sibilina.

Os presidentes da LPFP e da comissão de arbitragem iniciaram o mandato com a determinação de profissionalizar a qualquer custo a arbitragem. Disse nessa altura que não me parecia que essa devesse ser a principal preocupação do presidente de uma associação patronal, isto é, parecia-me existirem problemas mais graves e urgentes para resolver.

O que se verifica hoje na liga nacional, e confirmei-o este fim-de-semana em que tive a oportunidade de ver alguns jogos de vários campeonatos, é que a qualidade da arbitragem piorou. Verifiquei, inclusivamente, que alguns árbitros marcam faltas em função do ruído. O tempo útil de jogo é baixo. O número de paragens é elevado. Usa-se e abusa-se do fair-play. A comparação com outros campeonatos é agora ainda maior.

Existe justificação? Não sei, mas sei que as expectativas criadas quanto à profissionalização foram mal avaliadas. Sei ainda que o famoso processo do apito não teve ainda consequências. Sei ainda mais, os árbitros arguidos nesse processo foram “suspensos” e regressaram sem qualquer explicação.

Conclui-se, pois que a qualidade da arbitragem é má, a sua imagem é fraca e a LPFP nada tem feito no sentido de melhorar, bem pelo contrário.

A arbitragem é um problema com muitas variáveis, mas a principal é a formação e o comprometimento dos actores. Com estes actores pouco ou nada muda. Temos que dar lugar a uma nova geração.

Aveiro, 10 de Abril de 2007
A Roque